AirTag: como funciona o rastreador da Apple que usa os iPhones do mundo para se localizar

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O tempo passa, o tempo voa: lá se vai mais de um ano e meio desde que o iOS 13 trouxe as primeiras evidências de que a Apple lançaria, em algum momento, um acessório próprio de rastreamento.


 

De lá para cá, tivemos vazamentos, fabricantes de acessórios dando com a língua nos dentes, sistemas da Maçã também dando com a língua nos dentes e até expectativas frustradas de anúncio.

Agora, enfim, o AirTag já está entre nós (sim, o — a própria Apple refere-se a ele no masculino e teremos de nos acostumar com isso), com sua profunda integração com a rede Buscar (Find My) e diversas opções de personalização.

Mas como ele funciona? O que o separa de rastreadores como os da Tile ou as Galaxy SmartTags, por exemplo? Quais são suas particularidades?

Nada temam — é exatamente para isso que estamos aqui. Vamos, nos próximos parágrafos, destrinchar todos os aspectos da existência dos AirTags e mostrar por que você deveria (ou não) dar uma chance a ele. Vem comigo!

O que é? Para que serve?

Os AirTags são dispositivos diminutos, com 32mm de diâmetro (apenas 5mm a mais que a moeda de um real, por exemplo) e 8mm de espessura, com a superfície superior branca e uma chapa de aço inoxidável na parte de baixo. Eles são resistentes a água, então você não precisa se preocupar com chuva ou a eventual queda numa poça.

Você pode, inclusive, personalizar seus AirTags: na compra dos rastreadores, é possível pedir que a Apple grave até quatro caracteres (ou mesmo emojis) na superfície do acessório. Mas infelizmente, ao que parece, esse serviço não será oferecido no Brasil: na página brasileira do AirTag, não há nenhuma imagem do rastreador com as gravações personalizadas ou qualquer seção mencionando essa possibilidade.

Voltando ao rastreador, a ideia, aqui, é prender/conectar AirTags a objetos de valor e/ou que você precise localizar. Ou seja, você pode colocar um rastreador na sua carteira, prendê-lo ao seu chaveiro, jogá-lo na sua bolsa, acoplá-lo à sua bicicleta ou mala de viagem, prendê-lo ao seu instrumento musical… basicamente qualquer coisa. Aliás, vamos além das coisas: você pode até mesmo prendê-lo ao seu bichinho de estimação por meio de uma coleira.

A ativação do AirTag é feita por meio do iPhone ou iPad, e é no dispositivo que você terá a “central” dos seus rastreadores. Mais precisamente, no app Buscar. Por ele, além de rastrear seus objetos com AirTags, você pode também acompanhar a localização de seus amigos e familiares (que compartilharam essa informação com você, claro), dispositivos Apple e outros produtos compatíveis com a rede Buscar.

Uma vez ativo, você pode localizar seus objetos por alguns tipos de tecnologias (mais sobre isso a seguir); pode, também, ativar um bipe para encontrá-lo dentro de casa ou nas suas proximidades — sim, mesmo com um tamanho diminuto, o AirTag inclui um alto-falante para ser notado por meio do som. O bipe pode ser ativado no aplicativo Buscar ou simplesmente dizendo “E aí, Siri, encontre meu [objeto]”.

O AirTag funciona com qualquer iPhone ou iPad rodando o iOS/iPadOS 14.5 ou superior. Modelos mais recentes do smartphone, entretanto, poderão usufruir de alguns recursos adicionais, como veremos a seguir.

Como funciona?

Muitas dúvidas surgiram na internet em relação ao funcionamento dos AirTags, já que os rastreadores não têm GPS1 embutido — e não funcionariam, portanto, fora do raio de alcance do Bluetooth do iPhone/iPad do usuário. O pulo do gato, aqui, é que o AirTag não precisa de GPS para se geolocalizar: ele usa a rede Buscar, da Apple, para isso.

A tecnologia, como já falamos sobre, tira proveito dos mais de 1 bilhão de iPhones, iPads, Macs e Apple Watches ao redor do mundo para criar uma rede de localização global. Basicamente, ao ativar o Modo Perdido, o AirTag do objeto em questão envia um sinal Bluetooth a dispositivos próximos (não apenas os seus, mas para todos), e esses dispositivos (esses sim, dotados de GPS) enviam a localização do rastreador ao app Buscar.

Todos esses dados são transmitidos de forma criptografada, anônima e instantânea. Se algum aparelho captar o sinal do AirTag perdido, você receberá uma notificação avisando da conexão — o alerta trará uma mensagem do tipo “Seu objeto foi localizado próximo à Rua [nome]”, e você poderá obter mais detalhes.

Por outro lado, se você encontrar um objeto com AirTag perdido na rua, poderá (caso o dono tenha ativado essa opção) encostar o rastreador na traseira do seu iPhone (ou outro smartphone) para obter, via NFC, informações de contato da pessoa e combinar a devolução do bem.

Na prática, isso significa que o AirTag servirá para localizar seu objeto em qualquer lugar do mundo onde ele esteja, contanto que haja iPhones, iPads, Macs ou Apple Watches nas proximidades. Ou seja, se você esquecer sua carteira em um bar num grande centro urbano, certamente poderá localizá-la mesmo que esteja do outro lado do mundo. Todavia, se você perder sua bicicleta numa trilha no meio do nada (e se afastar dele para além do alcance do seu próprio iPhone), aí já será bem mais difícil fazer essa localização a longa distância.

Essa localização a longa distância, aliás, é uma das facetas do AirTag. A outra, claro, é a localização doméstica — para você encontrar um molho de chaves perdido dentro de casa, por exemplo. E para isso, temos que falar do…

Chip U1 e banda ultralarga

Se você estiver rastreando um AirTag com um iPhone mais antigo ou um iPad para encontrar um objeto na sua casa ou nas proximidades, dependerá do Bluetooth para isso — mais precisamente, você entrará num jogo de “tá quente, tá frio”, no qual o iPhone/iPad medirá a força da conexão para mostrar simplesmente o quão próximo você está do objeto, sem indicar uma direção ou uma posição exata (obviamente, o bipe terá uma ajuda importante nisso).

Por outro lado, se você rastrear o AirTag com qualquer iPhone da linha 11 ou 12, aí a coisa muda completamente de figura: será ativado o recurso Busca Precisa (Precision Finding), que usa o chip U1 presente nos smartphones e no rastreador para oferecer uma experiência, como o próprio nome já diz, muito mais precisa: a tela do smartphone exibirá exatamente a quantos metros de distância o objeto está e o seu posicionamento preciso, com setas indicando a direção correta.

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