CIMON, o simpático assistente pessoal da ISS, está de volta à Terra

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Com uma cabeça robótica impressa em 3D e equipado com a inteligência artificial Watson, da IBM, CIMON tem uma face animada interativa e conversou com tripulantes da ISS durante 14 meses.


O simpático assistente pessoal CIMON (sigla para Crew Interactive Mobile CompaniON), que foi enviado para fazer companhia aos astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) em 2018, retornou à Terra nesta semana. Com uma cabeça robótica impressa em 3D e equipado com a inteligência artificial Watson, da IBM, o CIMON tem uma face animada interativa e conversou com os tripulantes da ISS durante 14 meses.

Christian Karrasch, gerente de projetos do CIMON no Centro Aeroespacial Alemão (Deutsches Zentrum fur Luft- und Raumfahrt; ou simplesmente DLR), espera que o assistente “volte à Alemanha no final de outubro”. Ele conta que “o CIMON é uma demonstração tecnológica que atendeu completamente” às expectativas dos desenvolvedores.

Durante sua operação inicial no espaço, em uma missão de 90 minutos na ISS com o astronauta alemão Alexander Gerst em novembro de 2018, CIMON mostrou que “funciona bem em condições de microgravidade e pode interagir com sucesso com os astronautas”, de acordo com Karrasch. Agora, a equipe está trabalhando em um modelo aprimorado para ser o sucessor do atual.

O novo CIMON, assim como seu antecessor, será construído pela Airbus, nas cidades alemãs de Friedrichshafen e Bremen, sob encomenda da DLR e com recursos do German Federal Ministry of Economic Affairs and Energy. Enquanto isso, a IBM está implementando novas funções para a inteligência artificial. Till Eisenberg, gerente de projetos do CIMON, conta que estão trabalhando em “várias atualizações, como microfones melhores, um computador mais robusto, controle aprimorado de voo, e novos recursos de software para conversação, como reconhecimento de fala, histórico de chamadas e análise de intenção”.

Além de melhorias no software e hardware, questões éticas também estão sendo avaliadas e revistas. É que, quando os astronautas interagem com o CIMON, suas imagens e vozes são gravadas para que possam ser processadas e interpretadas pela inteligência artificial. Isso coloca os direitos pessoais e a privacidade em pauta: o que exatamente o robô tem permissão para fazer? Serão necessários altos padrões no campo da segurança de dados, e a confiança é importante quando se trabalha em uma equipe composta por humanos e imáquinas.

Judith Buchheim, pesquisadora da LMU, garante que “o novo CIMON possui um comutador embutido que permite que os fluxos de dados de todas as câmeras e microfones sejam interrompidos a partir da ISS. O astronauta controla o CIMON o tempo todo”.

Custando US$ 6 milhões, a primeira versão do CIMON conta com 12 hélices internas que ajudam no seu deslocamento e, além de mostrar instruções na tela, ele toca músicas e consegue encontrar objetos perdidos a bordo. Em 2018, ele ganhou o prêmio Popular Science Award na categoria “Best of What’s New in 2018” (“o melhor do que foi novo em 2018”, na tradução literal), no quesito de novidades espaciais.

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