Metaverso: tudo que você precisa saber sobre a tecnologia que integra os mundos real e virtual

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A tecnologia está desenvolvendo mecanismos cada vez mais sofisticados para transportar o usuário para o universo digital em experiências totalmente imersivas, interativas e com alto grau de realismo.


Muito já se fala de inteligência artificial e realidade virtual e aumentada. Mas um novo conceito ainda em ascensão promete ser a grande tendência para os próximos anos: o metaverso.

Ele nada mais é do que um espaço coletivo e compartilhado na web associado a tecnologias que recriam a experiência física no ambiente digital, formando relacionamentos que são, ao mesmo tempo, online e offline. O recurso nasce como uma estratégia omnichannel, interligando diferentes ferramentas para estreitar a relação físico-digital e aprimorar a experiência do usuário.

Segundo Álvaro Machado Dias, professor livre-docente de neurociências da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e integrante do painel global de  inovação tecnológica do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o metaverso permite que iniciativas que estão no mundo físico se propaguem para os ambientes digitais. “É a criação de um ecossistema com propriedades relacionais profundas e eficientes para pessoas que estão separadas geograficamente”, explica.

O termo foi popularizado graças ao Second Life, ambiente virtual lançado em junho de 2003 como uma iniciativa promissora que simulava a vida social dos seres humanos por meio da interação entre avatares. No Brasil, a plataforma viveu seu auge em 2006, mas – muito à frente de seu tempo – não conseguiu se consolidar no mercado. Em um período em que a qualidade das conexões da internet não eram favoráveis e nem mesmo o YouTube era popular no país, Dias atribui a derrocada do Second Life à imaturidade das tecnologias da época para explorar todas as potencialidades do sistema. “Hoje é diferente, especialmente porque a computação espacial está se desenvolvendo fortemente, impulsionada pela pandemia de Covid-19.”

O conceito de metaverso não é novidade na ficção científica. Filmes como “Ready Player One” e “Matrix” já retrataram a ideia do mundo real baseado no universo digital. No entanto, a indústria cinematográfica – e até mesmo as empresas de tecnologia – ainda não explorou todas as possibilidades.

Quais os benefícios do metaverso?

A grande vantagem é justamente a possibilidade de criar experiências mais naturais de interação entre pessoas que não estão fisicamente conectadas. A proposta é que elas – ou, nesse caso, avatares – consigam fazer na plataforma virtual qualquer coisa que já fazem no mundo real, com a margem entre o mundo físico e o digital praticamente ilimitada.

Os usuários poderão assistir a filmes e desfiles de moda, reunir-se em escritórios, comprar roupas e interagir com os amigos de forma espontânea e completamente interativa.

O metaverso pode servir como o meio do caminho entre o trabalho remoto e o presencial no pós-pandemia, especialmente a partir da segunda metade de 2022. “As empresas começarão a apostar cada vez mais em metaversos corporativos, que remontem digitalmente parte da experiência física, para que a transição de um ambiente para outro seja mais suave”, argumenta Dias.

Para Mariana Santiloni, da WGSN, o metaverso vai viabilizar novas experiências criativas, dando a marcas a oportunidade de contar histórias extensivas, interativas e emotivas.

“Esse mundo virtual democratiza experiências antes inacessíveis e abre espaço para novas formas de interação social”, pontua. A aposta é que a tecnologia crie novas práticas, rotinas sociológicas e mentalidades sobre como é estar com as pessoas.

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