Na nova sociedade digital, os dados são o novo petróleo

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Os efeitos da Inteligência Artificial (IA) ainda serão amplificados exponencialmente a partir da próxima década.


O que sabemos é que os avanços da IA são exponenciais. Por exemplo, o reconhecimento de imagem, como os sistemas de visão dos veículos autônomos, que há poucos anos cometiam erros à taxa de 1 por 30 quadros (as câmeras desses sistemas registram 30 quadros por segundo), hoje erram apenas um em 30 milhões de quadros.

No reconhecimento de voz a taxa de erro é mínima. E é pelo menos 3 vezes mais rápido usar este recurso que digitar um texto em um smartphone. Não é à toa que voz passará a ser o principal meio de interação com a tecnologia nos próximos anos.

Tudo isso mostra, de forma clara e explícita, que IA é algo que deve ser levado muito a sério. Mas, por quê?

Nas revoluções industriais anteriores, o petróleo foi a base energética e as tecnologias (como a máquina a vapor), a eletricidade e os motores de combustão interna provocaram ondas de inovação que moldaram nossa sociedade. Surgiram os automóveis, aviões e caminhões.

Daí vieram as megacidades, os shopping centers, os centros de distribuição e as organizações empresariais que conhecemos hoje.

Todas estas inovações potencializaram nossa força física. O automóvel nos permitiu correr mais rápido, o avião nos permitiu voar, o guindaste nos permitiu levantar toneladas e os tratores a transportar outras tantas toneladas.

Na nova sociedade digital, os dados são o novo petróleo, mas o motor é a IA. A IA tem o potencial de causar impactos transformacionais tão ou mais significativos quanto as tecnologias que citamos anteriormente.

E, portanto, tem a capacidade de moldar uma nova sociedade. Ainda estamos no início de sua curva evolutiva e embora já possamos ver muitos exemplos interessantes, a maioria das grandes oportunidades ainda não foi explorada. Os efeitos da IA ainda serão amplificados exponencialmente a partir da próxima década.

Na imensa maioria das empresas existe claramente um grande gap entre a ambição e a execução. O estudo mostrou que três quartos dos executivos acreditam que a IA permitirá que suas empresas criem novos negócios e quase 85% acreditam que permitirá que suas empresas obtenham e sustentem vantagem competitiva. Mas apenas uma em cada cinco empresas já incorporou IA em algumas ofertas ou processos. Somente uma em cada 20 empresas incorporou extensivamente IA em suas ofertas ou processos, e menos de 39% de todas as empresas possuem uma estratégia de IA implantada. Ou seja, ainda muita conversa e pouca ação.

As causas desse gap são muitas, e vão do pouco conhecimento do que é realmente IA à falta de dados adequados, passando, é claro, pelo fato de que a maioria dos CEOs ainda não se comprometeu com o tema. Iniciativas de IA realizadas exclusivamente por áreas como TI continuarão exatamente como iniciativas, não terão “acabativas”!

Falando francamente, não se trata de investir em IA, em processamento de linguagem natural ou análises de imagens. O investimento deve ser na solução de problemas de negócios e IA é o meio. Quando o foco é tecnologia, perde-se o alvo.

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