Ataques cibernéticos em hotéis brasileiros expõem cartões de crédito com Venom RAT

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O Venom RAT se destaca entre os trojans de acesso remoto porque foi parcialmente desenvolvido com auxílio de inteligência artificial.

Nos últimos anos, ataques cibernéticos em hotéis têm se tornado uma realidade preocupante em toda a América Latina, especialmente no Brasil.


Os criminosos digitais estão cada vez mais sofisticados, utilizando táticas avançadas para roubar informações sigilosas, como dados de cartões de crédito de hóspedes e credenciais de acesso. O mais recente destaque é o malware Venom RAT, que combina inteligência artificial com técnicas tradicionais de invasão, aumentando ainda mais os riscos para o setor de turismo e hospedagem.

O que está por trás dos ataques a hotéis

Segundo a Kaspersky, a nova onda de ataques foi atribuída ao grupo conhecido como TA558, também chamado RevengeHotels. Desde 2015, essa organização tem como alvo hotéis e plataformas de reservas, como o Booking.com, explorando vulnerabilidades em sistemas de hospedagem e comunicação. O principal objetivo é roubar dados financeiros de clientes e utilizá-los em fraudes.

A estratégia preferida dos criminosos envolve o phishing, prática em que e-mails falsos, aparentemente legítimos, induzem a vítima a clicar em links ou abrir anexos infectados. A partir desse ponto, trojans de acesso remoto (RATs) são instalados para dar ao invasor controle total do computador da empresa.

Como o Venom RAT utiliza inteligência artificial

O Venom RAT se destaca entre os trojans de acesso remoto porque foi parcialmente desenvolvido com auxílio de inteligência artificial. Isso permitiu que o código fosse mais organizado, legível e eficiente. Diferente de outros malwares, seu design apresenta clareza e até comentários explicativos, o que facilita a manutenção e aprimoramento pelos criminosos.

Apesar da aparência “profissional”, não há perda de eficácia. Pelo contrário, o Venom RAT é baseado no Quasar RAT, um software de código aberto vendido ilegalmente em fóruns hackers por valores que giram em torno de 650 dólares. Isso torna a ferramenta acessível e facilmente customizável, aumentando o perigo para hotéis que não possuem infraestrutura de segurança robusta.

Capacidades do Venom RAT

Entre as funcionalidades mais perigosas do Venom RAT estão:

  • Roubo de dados sensíveis, como credenciais e informações financeiras;

  • Controle remoto da máquina infectada;

  • Eliminação de processos de segurança em milissegundos, sem alertar o usuário;

  • Disfarce como processo essencial do sistema, tornando-se difícil de encerrar;

  • Capacidade de desativar o Microsoft Defender e alterar configurações do Windows;

  • Propagação via dispositivos USB, facilitando sua disseminação em redes locais.

Essas características tornam o malware altamente resistente à detecção e remoção, criando um cenário preocupante para empresas de hotelaria e seus clientes.

Ataques anteriores do grupo RevengeHotels

Antes da criação do Venom RAT, o grupo TA558 já havia realizado diversos ataques com métodos semelhantes. Eles exploravam falhas em documentos do Microsoft Office e PDFs, entregando malwares como Revenge RAT, NjRAT e NanoCoreRAT. Em alguns casos, vulnerabilidades críticas, como a falha CVE-2017-0199, foram utilizadas para instalar múltiplos malwares em sequência. A atuação desse grupo demonstra persistência e adaptação constante às defesas digitais.

Como os hotéis e hóspedes podem se proteger

Para reduzir os riscos de ataques cibernéticos em hotéis, é necessário adotar uma postura preventiva. Entre as principais medidas estão:

  • Desconfiar de e-mails com anexos ou links suspeitos, mesmo que pareçam legítimos;

  • Confirmar diretamente com fornecedores ou parceiros a autenticidade de comunicações recebidas;

  • Manter antivírus e firewalls sempre atualizados;

  • Restringir permissões administrativas apenas a softwares confiáveis;

  • Implementar treinamentos de conscientização em segurança digital para equipes de atendimento e reservas.

Além disso, em caso de suspeita de infecção, o ideal é desconectar imediatamente o computador da internet e acionar profissionais especializados para análise e remoção do malware.

O impacto para o setor hoteleiro brasileiro

O turismo é um dos setores mais importantes da economia brasileira e a confiança dos clientes é essencial para sua continuidade. Quando ataques cibernéticos em hotéis comprometem informações pessoais e financeiras, os hóspedes podem deixar de realizar reservas online, prejudicando diretamente a receita dessas empresas. Portanto, investir em cibersegurança deixou de ser um custo adicional e se tornou uma necessidade estratégica.


Perguntas frequentes

O que é o Venom RAT?

O Venom RAT é um trojan de acesso remoto usado em ataques cibernéticos que permite o controle total de computadores, roubo de dados e desativação de sistemas de segurança.

Como os ataques chegam até os hotéis?

Normalmente, por meio de e-mails falsos de phishing que contêm anexos ou links maliciosos. Quando abertos, eles instalam o malware no sistema da empresa.

Os hóspedes também podem ser afetados?

Sim. Os criminosos geralmente buscam dados de cartões de crédito e informações pessoais dos hóspedes armazenados nos sistemas de reservas e pagamentos.

Quais são as melhores formas de prevenção?

As principais medidas incluem uso de antivírus atualizado, restrição de acessos administrativos, treinamento de funcionários e verificação de autenticidade de e-mails e documentos recebidos.

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