Ciberataque no WhatsApp: vírus SORVEPOTEL se propaga e bloqueia contas

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O vírus monitora se há sessões ativas do WhatsApp Web e, caso encontre, utiliza-as para enviar automaticamente o mesmo arquivo malicioso a todos os contatos e grupos da conta comprometida. Imagem: Reprodução

O malware é uma nova ameaça desenvolvida para se propagar rapidamente por meio do WhatsApp Web.


O Brasil se tornou o principal alvo de uma campanha cibernética que utiliza um vírus que se espalha pelo WhatsApp de forma automática. O malware, identificado como SORVEPOTEL, é uma nova ameaça desenvolvida para se propagar rapidamente por meio do WhatsApp Web, explorando a confiança dos usuários e causando grandes transtornos, incluindo a suspensão de contas.

A origem do vírus que se espalha pelo WhatsApp

De acordo com a empresa de segurança Trend Micro, o vírus que se espalha pelo WhatsApp já contabiliza 477 infecções confirmadas, sendo 457 apenas no Brasil. O ataque tem como objetivo principal ampliar o alcance do malware por meio do compartilhamento automático de arquivos ZIP maliciosos entre os contatos das vítimas.

A ação dos cibercriminosos começa com uma mensagem enviada por um contato aparentemente confiável — geralmente alguém que já foi infectado. Essa mensagem contém um anexo com nomes como “ORCAMENTO_114418.zip” ou “RES-20250930_112057.zip”, o que transmite a aparência de um documento legítimo, como um orçamento ou comprovante.

Como o malware SORVEPOTEL age nos dispositivos

Quando o usuário baixa e abre o arquivo ZIP em um computador, especialmente em sistemas Windows, o vírus é ativado. Dentro do arquivo há um atalho do Windows (.LNK) que, ao ser clicado, executa comandos invisíveis que baixam o verdadeiro malware hospedado em domínios controlados pelos criminosos.

Após a instalação, o SORVEPOTEL atua silenciosamente. Ele baixa scripts adicionais, executa códigos na memória e cria mecanismos de persistência, garantindo que seja reativado toda vez que o computador é ligado. Além disso, o vírus monitora se há sessões ativas do WhatsApp Web e, caso encontre, utiliza-as para enviar automaticamente o mesmo arquivo malicioso a todos os contatos e grupos da conta comprometida.

O resultado é uma rápida disseminação do vírus que se espalha pelo WhatsApp, causando o bloqueio de várias contas devido à detecção de envio em massa de mensagens suspeitas.

Estratégias de camuflagem do vírus

O SORVEPOTEL emprega técnicas avançadas de ofuscação, tornando sua detecção mais difícil para antivírus convencionais. Ele utiliza nomes de domínio falsos, que se assemelham a sites legítimos, como “sorvetenopoate[.]com” e “etenopote[.]com”. Essa técnica, chamada “typosquatting”, engana usuários e ferramentas de segurança, disfarçando o tráfego malicioso entre acessos comuns.

Outro detalhe importante é o uso de scripts em PowerShell executados em modo oculto. Esses scripts permitem que o vírus se comunique com múltiplos servidores de comando e controle (C&C), recebendo instruções, atualizações e até novos módulos que ampliam suas funções.

Impactos e riscos para empresas e usuários

O vírus que se espalha pelo WhatsApp não tem como foco principal roubar dados, mas sim se replicar e causar desorganização. No entanto, a Trend Micro alerta que campanhas semelhantes no Brasil já utilizaram os mesmos métodos para roubar informações financeiras e corporativas.

Empresas públicas e privadas, além de órgãos governamentais, já foram impactados pelo ataque. Como o vírus depende do WhatsApp Web para se espalhar, as corporações que utilizam o aplicativo em computadores de trabalho tornam-se especialmente vulneráveis.

Entre as consequências, destacam-se a suspensão de contas do WhatsApp por spam, o comprometimento de dispositivos conectados à rede corporativa e o risco de exposição de informações sensíveis.

Como se proteger do vírus que se espalha pelo WhatsApp

Para reduzir os riscos e evitar ser vítima desse tipo de golpe, especialistas em segurança digital recomendam seguir algumas práticas essenciais:

  • Desative o download automático de arquivos no WhatsApp;

  • Evite abrir anexos ZIP ou executáveis enviados por mensagens, mesmo que venham de contatos conhecidos;

  • Bloqueie o envio e recebimento de arquivos em dispositivos corporativos;

  • Mantenha o antivírus atualizado e configure-o para monitorar scripts e arquivos ZIP;

  • Priorize o uso de canais oficiais e seguros para o compartilhamento de documentos de trabalho.

Adotar essas medidas reduz significativamente a chance de propagação do vírus que se espalha pelo WhatsApp, protegendo tanto usuários individuais quanto redes empresariais.

A importância da conscientização digital

Campanhas de malware como o SORVEPOTEL reforçam a necessidade de educação cibernética. Treinar funcionários e conscientizar usuários sobre golpes digitais é uma das formas mais eficazes de defesa. Saber identificar mensagens suspeitas e compreender como um vírus que se espalha pelo WhatsApp atua pode ser a diferença entre um sistema protegido e um ataque em massa.

A segurança digital depende não apenas de ferramentas tecnológicas, mas também de atitudes responsáveis no uso diário de aplicativos de mensagens. A prevenção continua sendo a principal arma contra ameaças cada vez mais sofisticadas.


Perguntas frequentes

O que é o vírus SORVEPOTEL?
É um malware que se espalha automaticamente pelo WhatsApp Web, enviando arquivos ZIP maliciosos a todos os contatos das vítimas.

Como o vírus SORVEPOTEL se propaga?
Ele utiliza mensagens enviadas por contatos infectados com anexos que parecem legítimos. Quando o arquivo ZIP é aberto, o malware é instalado e começa a se replicar.

O vírus pode roubar dados pessoais?
Embora o foco atual seja a autorreplicação, há risco de os criminosos adicionarem módulos que roubem dados no futuro.

Como posso me proteger desse ataque?
Evite abrir anexos suspeitos, desative downloads automáticos no WhatsApp e mantenha seu antivírus atualizado.

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