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O país busca reduzir a dependência de big techs estrangeiras, como Google e OpenAI, e reforçar sua soberania digital.
O Brasil deu um passo histórico na tecnologia ao lançar o ConversAI Studio, uma inteligência artificial brasileira desenvolvida pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados). O projeto foi criado para atender exclusivamente órgãos governamentais, com operação integral em data centers nacionais e investimento de mais de R$ 710 milhões.
Com esse avanço, o país busca reduzir a dependência de big techs estrangeiras, como Google e OpenAI, e reforçar sua soberania digital. A inteligência artificial brasileira já é utilizada por instituições como IBGE, Receita Federal e PGFN para otimizar processos administrativos e análises de dados.
O que é o ConversAI Studio
O ConversAI Studio é uma plataforma de inteligência artificial brasileira desenvolvida com base em modelos de linguagem de última geração, treinados com dados locais e adaptados à realidade nacional. O objetivo é tornar o governo mais eficiente, moderno e seguro.
O projeto foi inspirado em modelos de IA como ChatGPT e Gemini, mas com foco na proteção de informações governamentais e na automação de tarefas públicas. Essa inovação representa um marco no avanço tecnológico brasileiro, já que a ferramenta é totalmente nacional — desde o desenvolvimento até o processamento dos dados.
Como funciona a nova IA do governo
O funcionamento da inteligência artificial brasileira é estruturado em cinco camadas interconectadas, que garantem segurança, integração e flexibilidade.
A primeira camada é composta por modelos de linguagem como Mistral, Gemma 3, DeepSeek, Llama, Qwen, GPT OSS e Gaia — este último desenvolvido pela Universidade Federal de Goiás e adaptado para o português brasileiro.
A segunda camada reúne APIs que facilitam a integração da IA com sistemas já existentes. Em seguida, a terceira camada usa o Model Context Protocol (MCP), tecnologia que transforma o chat em um agente capaz de executar tarefas específicas.
Na quarta camada estão os aceleradores de negócios, que personalizam a IA conforme as necessidades de cada órgão público. Por fim, a quinta camada é a interface de interação, semelhante aos chats de IA mais conhecidos, permitindo uso simples e intuitivo.
Avanços e parcerias estratégicas
A inteligência artificial brasileira ganhou ainda mais destaque após a parceria com o Google, anunciada durante o Google Cloud Summit Brasil. O acordo prevê a integração do Gemini For Government à nuvem do Serpro, aumentando o desempenho e a segurança do sistema.
Outro ponto importante é a colaboração com a DeepSeek, cujo modelo open source foi incorporado ao projeto, permitindo o aprimoramento contínuo da plataforma sem depender de licenças proprietárias.
Atualmente, os data centers do Serpro processam mais de dois bilhões de tokens e conseguiram reduzir o tempo de análise de processos governamentais de seis anos para apenas um em alguns testes.
SerproLLM: o futuro da inteligência artificial brasileira
O próximo passo do projeto é o SerproLLM, um modelo multimodal com mais de 10 bilhões de parâmetros, totalmente desenvolvido e treinado no Brasil. Ele reflete a cultura, o contexto jurídico e as necessidades administrativas do país.
Com o SerproLLM, o Brasil se posiciona entre as nações que investem fortemente em inovação tecnológica soberana, garantindo autonomia digital e reduzindo custos com soluções estrangeiras, que somaram mais de R$ 23 bilhões entre 2014 e 2025.
Segurança e soberania digital no centro do projeto
A segurança é um dos pilares da inteligência artificial brasileira. Como o sistema opera exclusivamente em infraestrutura nacional, nenhuma informação sensível do governo é compartilhada com empresas estrangeiras.
O ConversAI Studio foi desenvolvido para proteger dados sigilosos e evitar que informações públicas sejam utilizadas para treinar modelos de terceiros. Essa camada adicional de segurança é reforçada por quatro níveis de soberania digital:
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Soberania operacional: todos os dados e modelos são processados em servidores localizados no Brasil.
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Soberania técnica: desenvolvimento de modelos próprios, como o SerproLLM.
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Soberania cultural: treinamento da IA com dados brasileiros, respeitando idioma e contexto local.
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Soberania de dados: controle e governança total sobre critérios de coleta, uso e qualidade das informações.
Impacto da inteligência artificial brasileira no setor público
A implementação do ConversAI Studio já começa a transformar a rotina de órgãos públicos. Com automação de processos, análise inteligente de dados e atendimento automatizado, a IA brasileira promete reduzir burocracias, aumentar a eficiência e melhorar o acesso dos cidadãos a serviços digitais.
Além disso, o projeto fortalece o ecossistema tecnológico nacional, abrindo espaço para novas parcerias entre universidades, startups e o setor público. Essa integração tende a acelerar a inovação e criar soluções cada vez mais alinhadas às necessidades do país.
Perguntas frequentes
1. O que é o ConversAI Studio?
O ConversAI Studio é uma inteligência artificial brasileira desenvolvida pelo Serpro para uso exclusivo do governo, com foco em automação e segurança de dados públicos.
2. Qual o objetivo principal dessa IA?
A principal meta é reduzir a dependência de big techs estrangeiras, acelerar processos administrativos e reforçar a soberania digital do Brasil.
3. O que diferencia a inteligência artificial brasileira das outras?
Ela foi desenvolvida, treinada e hospedada integralmente no Brasil, garantindo maior controle sobre informações governamentais e respeito ao contexto nacional.
4. Quem já utiliza o ConversAI Studio?
Órgãos como Receita Federal, IBGE e PGFN já utilizam o sistema para análise de dados, automação de processos e suporte administrativo.
