Nova tecnologia com ultrassom revoluciona o tratamento do Parkinson no Brasil

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Esse método permite que médicos realizem intervenções cerebrais precisas sem a necessidade de incisões. Imagem: Reprodução

A grande inovação vem com o Exablate Neuro, uma tecnologia baseada em ultrassom focalizado de alta intensidade.


O tratamento do Parkinson no Brasil está passando por uma transformação inédita com a chegada de uma tecnologia que utiliza ultrassom focalizado para tratar sintomas neurológicos de forma não invasiva. Esse avanço oferece esperança a milhares de brasileiros que convivem com a Doença de Parkinson e o Tremor Essencial, reduzindo tremores e melhorando a qualidade de vida de forma significativa.

O impacto da doença no Brasil e no mundo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 8,5 milhões de pessoas em todo o planeta convivem atualmente com o Parkinson. A estimativa é de que esse número dobre até 2040, impulsionado pelo envelhecimento populacional. No Brasil, dados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) indicam que cerca de 500 mil brasileiros com mais de 50 anos já enfrentam a doença, podendo ultrapassar 1,2 milhão de casos até 2060.

O Tremor Essencial, condição frequentemente confundida com o Parkinson, também preocupa os especialistas. Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 20% das pessoas acima de 65 anos apresentam esse tipo de tremor, que afeta igualmente homens e mulheres.

Limitações dos tratamentos tradicionais

Durante décadas, o tratamento do Parkinson no Brasil e em outras partes do mundo se concentrou em medicamentos e, em casos mais graves, na estimulação cerebral profunda (DBS). Essa técnica cirúrgica envolve a implantação de eletrodos no cérebro, conectados a um gerador, capaz de reduzir os tremores.

Embora eficiente, o método apresenta riscos típicos de cirurgias invasivas, como infecção, sangramento e uma recuperação prolongada. Além disso, nem todos os pacientes se qualificam para o procedimento, limitando o acesso a uma alternativa eficaz.

Exablate Neuro: uma revolução sem cortes

A grande inovação no tratamento do Parkinson no Brasil vem com o Exablate Neuro, uma tecnologia baseada em ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU), guiado por ressonância magnética.

Esse método permite que médicos realizem intervenções cerebrais precisas sem a necessidade de incisões. As ondas de ultrassom atuam como um bisturi invisível, aquecendo de forma controlada áreas específicas do cérebro responsáveis pelos tremores, sem causar danos às estruturas vizinhas.

O resultado é uma lesão terapêutica precisa que reduz os sintomas motores com segurança. O procedimento é rápido, indolor e o paciente pode retornar às suas atividades em poucos dias, o que representa uma verdadeira revolução na abordagem da doença.

A experiência brasileira com a nova tecnologia

O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, foi o primeiro centro médico do país a adotar o Exablate Neuro. Desde então, neurologistas relatam resultados promissores em pacientes com tremores severos e refratários a medicamentos.

Os relatos indicam redução significativa dos tremores logo após o procedimento, além de melhora na coordenação motora e na capacidade de realizar tarefas cotidianas. A ausência de cortes e a rápida recuperação tornam o método ainda mais atraente, especialmente para pacientes idosos que desejam evitar cirurgias invasivas.

Vantagens e perspectivas futuras

As vantagens do tratamento do Parkinson no Brasil com o HIFU são evidentes. Além de eliminar a necessidade de cortes, ele reduz o tempo de internação, minimiza riscos e proporciona resultados imediatos.

Especialistas afirmam que essa tecnologia pode representar um divisor de águas na neurologia moderna, não apenas no combate ao Parkinson, mas também em outras condições neurológicas, como o Tremor Essencial e a distonia.

Com o avanço da pesquisa e a ampliação do acesso ao procedimento, o HIFU pode se consolidar como uma das principais opções terapêuticas disponíveis, permitindo que pacientes em todo o país tenham acesso a um tratamento de ponta, mais seguro e menos invasivo.

O futuro da neurologia brasileira

A chegada dessa inovação marca uma nova era para a neurologia nacional. O uso do ultrassom focalizado coloca o Brasil entre os países que lideram a adoção de tecnologias médicas de última geração.

Nos próximos anos, a expectativa é que mais hospitais passem a oferecer o tratamento, ampliando o alcance da tecnologia e reduzindo filas para pacientes que sofrem com tremores incapacitantes. A combinação entre tecnologia e medicina de precisão promete transformar o tratamento do Parkinson no Brasil em um modelo de referência para a América Latina.


Perguntas frequentes

O que é o ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU)?
É uma tecnologia que utiliza ondas de ultrassom concentradas para gerar calor em áreas específicas do cérebro, reduzindo sintomas como os tremores, sem necessidade de cortes.

O tratamento com HIFU é seguro?
Sim. O procedimento é guiado por ressonância magnética, o que permite controle preciso da área tratada, garantindo segurança e eficácia.

Quem pode realizar o tratamento com HIFU?
Pacientes diagnosticados com Doença de Parkinson ou Tremor Essencial que não respondem adequadamente aos medicamentos podem ser candidatos ao procedimento.

Onde o tratamento está disponível no Brasil?
O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, foi o pioneiro na aplicação da tecnologia, e outros centros de referência já estudam sua adoção.

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