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Futurista da RethinkX alerta que a automação pode tornar a maioria dos empregos obsoletos até 2045, exigindo preparação urgente da sociedade.
A ascensão dos robôs e inteligência artificial tem provocado intensos debates sobre o futuro do trabalho. Para o futurista Adam Dorr, da organização RethinkX, a substituição de empregos humanos por máquinas é apenas uma questão de tempo. Em sua análise, até 2045 a maioria das funções atuais poderá ser automatizada.
Segundo Dorr, que possui doutorado em assuntos públicos pela Universidade da Califórnia, a automação está avançando em ritmo acelerado. Com a redução de custos e o aprimoramento constante das tecnologias, muitas tarefas que hoje dependem de pessoas poderão ser executadas por sistemas inteligentes.
Um paralelo com o passado
Durante entrevista ao jornal The Guardian, Dorr fez uma analogia provocadora: assim como os cavalos perderam espaço com a chegada dos automóveis, os humanos podem se tornar obsoletos em um mundo controlado por robôs e inteligência artificial. A metáfora serve para destacar a urgência da preparação da sociedade frente à automação crescente.
Sua pesquisa analisou mais de 1.500 transformações tecnológicas ao longo da história. Ele observou que, quando uma nova tecnologia atinge um ponto de inflexão, sua adoção em larga escala costuma ocorrer em um intervalo de 15 a 20 anos. Isso indica que os robôs e inteligência artificial, já presentes em muitos setores, tendem a dominar ainda mais rapidamente.
Nem tudo será substituído
Apesar do cenário preocupante, Dorr acredita que algumas profissões poderão resistir à substituição completa. Áreas que exigem conexão humana, empatia ou decisões éticas complexas continuarão relevantes. Ainda assim, essas exceções não impedem que o grosso das funções operacionais e analíticas seja absorvido pelas máquinas.
Portanto, é essencial que a sociedade comece a debater e experimentar novos modelos de trabalho, renda e participação econômica. A automação, se bem gerida, pode ser libertadora. Caso contrário, pode aprofundar a desigualdade social.
Superabundância ou desigualdade?
O conceito de “superabundância” citado por Dorr refere-se à capacidade de produção extrema proporcionada pela tecnologia. Com robôs e inteligência artificial, seria possível gerar mais bens e serviços com menos esforço humano. Isso poderia criar uma nova era de abundância para todos.
No entanto, esse cenário positivo depende de escolhas políticas e sociais. Se os benefícios forem concentrados nas mãos de poucos, o mundo poderá enfrentar níveis inéditos de desigualdade. Por isso, Dorr defende a criação urgente de princípios que orientem a distribuição justa dessa riqueza tecnológica.
Preparar-se para um novo paradigma
O futuro do trabalho exigirá mudanças profundas na forma como entendemos valor, produtividade e renda. Instituições públicas e privadas precisam repensar suas estruturas e buscar alternativas como renda básica universal, participação acionária em empresas e redes de apoio à reinvenção profissional.
A adoção de políticas inclusivas será fundamental para garantir que a revolução provocada pelos robôs e inteligência artificial beneficie a sociedade como um todo — e não apenas um grupo restrito.
Perguntas frequentes
Quais empregos serão substituídos por robôs e inteligência artificial?
Funções operacionais, repetitivas ou baseadas em análise de dados estão entre as mais vulneráveis à automação.
A inteligência artificial pode substituir totalmente os humanos?
Embora muitas tarefas possam ser automatizadas, empregos que exigem empatia, criatividade e julgamento moral ainda devem resistir.
O que é superabundância tecnológica?
É a capacidade de produzir recursos em excesso por meio de automação, reduzindo a necessidade de trabalho humano.
Como a sociedade pode se preparar para esse futuro?
Com políticas públicas inclusivas, novas formas de distribuição de renda e investimento em educação voltada para competências humanas.