Tecnologia do canudo inteligente promete identificar metanol e evitar intoxicações

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O canudo inteligente detecta metanol em diferentes tipos de bebidas, como cachaça e outros destilados, podendo ser utilizado em bares, restaurantes e até em eventos populares. Imagem: Reprodução

Cooperação entre ciência e governo no combate às adulterações foi tema de reunião entre o presidente da Câmara dos Deputados e Ministro da Saúde.


Uma inovação brasileira pode se tornar uma das principais ferramentas contra a contaminação por bebidas adulteradas. O canudo inteligente detecta metanol e muda de cor quando entra em contato com o composto tóxico, oferecendo ao consumidor uma forma rápida e simples de identificar riscos antes de consumir o produto.

O projeto foi tema de uma reunião entre o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). O encontro, realizado de forma virtual, reforçou o interesse do governo federal em apoiar o desenvolvimento e a aplicação nacional dessa tecnologia de segurança alimentar.


Tecnologia desenvolvida na UEPB pode prevenir mortes

Os pesquisadores da UEPB vêm estudando formas de detectar a presença de metanol em bebidas desde 2023. O canudo inteligente detecta metanol de maneira visual: ao entrar em contato com o composto, a coloração do material muda, alertando o consumidor instantaneamente.

O projeto já foi reconhecido internacionalmente por meio de publicações na revista científica Food Chemistry. Além disso, o grupo desenvolveu um método complementar com o uso de luz infravermelha para identificar adulterações sem a necessidade de abrir a garrafa. Um software analisa os dados e fornece resultados com até 97% de precisão, oferecendo uma solução acessível e eficiente para o setor de fiscalização.


Apoio do governo para expandir o uso da tecnologia

Durante a reunião, a reitora da UEPB, Célia Regina Diniz, apresentou ao ministro Padilha e ao deputado Motta os resultados obtidos até o momento. A expectativa é que o Ministério da Saúde apoie a expansão nacional da tecnologia, oferecendo suporte técnico e financeiro.

O objetivo é transformar o conhecimento científico em política pública. Com isso, o canudo inteligente detecta metanol em diferentes tipos de bebidas, como cachaça e outros destilados, podendo ser utilizado em bares, restaurantes e até em eventos populares. A iniciativa busca proteger o consumidor e evitar casos de cegueira, falência renal e morte provocados pela ingestão do composto tóxico.


Casos recentes de intoxicação por metanol preocupam autoridades

O alerta para a urgência dessa tecnologia veio com o aumento dos casos de intoxicação no país. Segundo o último boletim do Ministério da Saúde, divulgado em 5 de outubro, há 209 casos em investigação relacionados ao consumo de bebidas adulteradas com metanol. Desses, 16 foram confirmados, sendo 14 em São Paulo e 2 no Paraná.

O estado paulista concentra a maioria das notificações, com 178 casos sob análise. Outros 13 estados, entre eles Distrito Federal, Goiás, Ceará, Pernambuco e Paraíba, também registraram suspeitas. Até o momento, o país contabiliza 15 óbitos, sendo dois confirmados e 13 em apuração.

Esses dados reforçam a importância de tecnologias preventivas, já que o canudo inteligente detecta metanol antes do consumo, o que pode evitar novos casos fatais.


Antídotos e medidas de prevenção adotadas pelo Ministério da Saúde

Para combater os efeitos do metanol, o Ministério da Saúde iniciou a distribuição de etanol farmacêutico, um dos principais antídotos utilizados no tratamento de intoxicações. Na primeira remessa, foram enviadas 580 ampolas para estados que solicitaram reforço emergencial de estoque. Pernambuco recebeu 240, Paraná 100, Bahia 90, Distrito Federal 90 e Mato Grosso do Sul 60 ampolas.

Essas unidades fazem parte de um lote maior de 4,3 mil ampolas fornecidas ao Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A ação visa garantir tratamento rápido e eficaz aos pacientes expostos, enquanto o avanço do canudo inteligente detecta metanol promete atuar na linha de frente da prevenção.


Cooperação entre ciência e governo no combate às adulterações

A parceria entre o Ministério da Saúde e a UEPB representa um passo importante para aproximar a ciência da população. O canudo inteligente detecta metanol e transforma inovação em instrumento de proteção social, reforçando o compromisso com a segurança alimentar e a saúde pública.

Segundo os pesquisadores, a meta é que a tecnologia esteja disponível comercialmente nos próximos anos, com produção em larga escala e acessível ao público. A ideia é que o produto possa ser usado não apenas em bares e restaurantes, mas também em residências e pontos de venda de bebidas.


Perguntas frequentes

O que é o canudo inteligente?
É uma tecnologia desenvolvida pela UEPB que muda de cor ao entrar em contato com o metanol, indicando a presença do composto tóxico em bebidas adulteradas.

Como o canudo inteligente detecta metanol?
Ele utiliza sensores químicos que reagem com o metanol, alterando a cor do material. Essa reação funciona como um alerta visual imediato para o consumidor.

O canudo inteligente já está disponível para compra?
Ainda não. O projeto está em fase de testes e depende de apoio financeiro e técnico do governo para ser produzido em larga escala.

Por que o metanol é tão perigoso?
O metanol é um composto altamente tóxico que, quando ingerido, pode causar cegueira, falência renal e até a morte, mesmo em pequenas quantidades.

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