O mundo em que vivemos hoje com a internet

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Saber que a inovação da internet está batendo à porta é uma coisa. A dificuldade está em como enfrentá-la.


Você acorda, pega seu smartphone, olha as últimas notícias, vê as fofocas no Facebook,  faz o check-in do seu vôo, reserva aquela casa de praia no Airbnb para sua viagem no próximo feriado, checa o saldo e faz a transferência eletrônica, busca um restaurante para seu compromisso de almoço, faz a barba ouvindo músicas no Spotify, e solicita o Uber ou Cabify para pegá-lo em sua casa. O motorista chega ao destino através do Waze. Tudo isso usando seu computador de bolso, criado em 2007. Apenas há dez anos! E pensar que há uns cinco ou seis anos atrás era impossível pensarmos nisso tudo.

O que parecia impossível poucos anos atrás é realidade hoje. E o que parece impossível hoje, será realidade em cinco anos, ou menos, à frente. Tudo está se movendo mais e mais rápido.

Este cenário mostra que está claro e cada vez mais premente a necessidade de as empresas começarem a transformação dos seus negócios, pressionadas pela velocidade das mudanças promovidas pela revolução digital.

Muitos executivos com os quais converso demonstram claramente saber que, ao longo dos anos, suas empresas acabaram se acomodando, fazendo o que sempre fizeram, com apenas algumas melhorias incrementais.

Sabem também que se mantiverem-se aferrados a esse ritmo de mudanças graduais, suas organizações se tornarão irrelevantes com o passar do tempo.

Entendem que é a própria sobrevivência do negócio que está em jogo e que a revolução digital permite mudanças revolucionárias e não apenas evolucionárias.

Apostar continuamente no futuro passa a ser a regra do jogo. Mesmo empresas sólidas, como eram Blockbuster, Nokia, Kodak, HP, Blackberry e outras, perderam sua relevância.

Em 1965, o tempo médio de permanência (ou vida) das empresas era de 33 anos. Em 1990, já havia caído para 20 anos. E agora, a previsão é de que encolha para 14 anos até 2026.

Está claro que a evolução exponencial da tecnologia já está afetando de forma dramática o cenário competitivo. Em termos econômicos, quando as curvas de custo dos fatores primários de produção de uma indústria entram em declínio, as mudanças passam a ser inevitáveis. Hoje, indiscutivelmente, três fatores essenciais de produção se tornaram muito mais baratos e continuarão a baratear: informação, conectividade e poder computacional.

Toda e qualquer indústria é afetada por esses fatores.  Seja nas indústrias como a automotiva, com os veículos autônomos reinventando a própria indústria, seja nos setores de serviços como hoteleiro, financeiro ou seguros.

Antes e depois da Internet

As empresas da era pré-Internet, típicas do modelo da sociedade industrial, construíram seus negócios baseados no conceito da escassez de informações, recursos de produção e distribuição, e alcance de mercado.

As empresas pós-Internet foram construídas sob outro paradigma, onde os três fatores essenciais acima são abundantes e, com isso,  geraram efeitos perturbadores no status quo do mercado.

Um Airbnb não precisa de prédios, escassos e caros de construir, para hospedar pessoas. É um negócio construído sob outra ótica, onde a abundância dos fatores como capacidade computacional e informações, permite ter um modelo de negócios em plataforma, agregando quem quer alugar um espaço com quem quer se hospedar.

 

Porque essas coisas acontecem? Por que as empresas tradicionais ainda olham o mundo digital como apoio ao seu negócio e não como um fator essencial de produção.

O cenário é desafiador e se preparar para um futuro digital não é fácil. Saber que a disrupção está batendo à porta é uma coisa. A dificuldade está em como enfrentá-la. Com que velocidade devo transformar meu negócio? Qual será a amplitude desta disrupção e como criar valor tangível com a digitalização da organização?

a) Criar uma cultura digital é um esforço intencional e não obra do acaso

Uma cultura digital não se cria apenas com slogans de “somos digitais”, e ao mesmo tempo continuar a manter os processos e as estruturas organizacionais da sociedade analógica. É um esforço de mudança de conceitos que precisa do comprometimento do CEO e dos demais executivos.

b) Todos os executivos precisam navegar bem no mundo digital

Impossível um CEO se comprometer com algo que não tenha um razoável domínio. Isso não significa, em absoluto, que ele vá escrever código de programas, mas que será usuário entusiasmado de tecnologias. Os executivos e as lideranças no mundo digital devem ter skill de tecnologia (novamente, não precisam ser nerds!), mas fundamentalmente ter visão transformadora, ser visionário e espírito de colaboração e liderança. Apenas o fato de um executivo ter excedido suas metas de vendas nos últimos quartis não é mais a qualificação prioritária para assumir uma liderança no mundo digital.

c) É absolutamente essencial investir em talentos digitais

O ambiente de trabalho hoje é totalmente diferente daquele do século 20. Os custos de experimentação e eventuais fracassos, devido aos fatores citados no início do post, são bem mais baixos do que antigamente. Um protótipo pode ser rapidamente feito em uma impressora 3D ou um novo e complexo código de sistemas pode ser feito em poucos dias. Uma mudança fundamental no algoritmo do AdWords do Google foi feito por cinco engenheiros de software em um fim de semana.

 

O futuro pertence a empresas que se moverem rápido e inovarem continuamente. A conceituada publicação Fortune reconheceu isso em um estudo, junto com o Boston Consulting Group, e publicou a lista das Future 50 – as 50 empresas que provavelmente já são ou serão as líderes do mercado nos próximos anos. Nela vocês verão nomes como Amazon, Tesla, Facebook, Netflix, Alphabet, Workday, Salesforce, Yelp, Lending Club…algumas poucas empresas de 20 anos e a maioria menos de dez anos.

 

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