O uso de redes sociais como fonte de informação continua crescendo no Brasil. Segundo pesquisa DataSenado de 2022, o percentual de brasileiros que acreditam que redes sociais influenciam muito a opinião das pessoas chegou a 90%, um aumento em relação aos 83% de 2019.

O WhatsApp se mantém como a rede mais utilizada, com 86% dos entrevistados afirmando que sempre se informam por lá. O YouTube ultrapassou a televisão, com 58% dizendo que sempre buscam informações na plataforma de vídeos, versus 52% que recorrem à TV. O Instagram também cresceu, sendo usado como fonte de informação por 49% dos brasileiros.

Além disso, a identificação de notícias falsas nas redes chegou a 91% dos entrevistados, um salto em relação aos 83% de 2019. A desconfiança também aumentou: 65% dizem que encontrar fake news prejudicou a confiança deles nas redes, contra 58% em 2019.

Similarmente, a visão crítica em relação à confiabilidade das redes também cresceu. Hoje, 71% discordam que informações em redes sociais são mais confiáveis que na mídia tradicional. Em 2019, eram 62%.

Ademais, permanece alta a defesa de punição para criadores e compartilhadores de fake news. Especificamente, 98% acreditam que quem compartilha deve ser responsabilizado. Para 76%, a punição deve valer também para quem cria as notícias falsas, e 73% estendem a responsabilidade para as próprias redes sociais.

A pesquisa ouviu 2.800 brasileiros com acesso à internet em todas as regiões do país, por telefone, entre os dias 12 e 25 de outubro de 2022. A amostra é estratificada e probabilística. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com 95% de confiança.

Em síntese, os dados mostram que o avanço das redes não veio acompanhado de mais credibilidade. Pelo contrário, crescem o ceticismo e a consciência dos riscos como desinformação e manipulação. Resta saber se as plataformas conseguirão restabelecer a confiança dos usuários com medidas efetivas contra as fake news.