Brasília recebe a maior simulação de Defesa Cibernética do Hemisfério Sul

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Em uma época onde o uso de tecnologias de informação e comunicação cresce muito em diversas atividades, os conflitos não são marcados apenas por batalhas, mas também por ataques no espaço virtual.

Neste contexto, portanto, o Brasil está realizando o Exercício Guardião Cibernético 5.0, a maior simulação de defesa cibernética do Hemisfério Sul. O exercício começou na segunda-feira (2) e, consequentemente, vai até 6 de outubro, na Escola Superior de Defesa (ESD), em Brasília (DF).

Objetivos do Exercício

O Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber) – grupo subordinado ao Exército Brasileiro (EB) e composto por militares da Marinha do Brasil (MB) e Força Aérea Brasileira (FAB) – organiza o exercício. Ele promove a integração das Forças Armadas ao governo, setor privado e meio acadêmico. O exercício simula um ambiente realista de ataque, defesa e proteção virtual a estruturas críticas de energia, águas, finanças, nuclear e de telecomunicações.

Mais de 1.100 pessoas e 150 organizações participam do evento, incluindo agências e empresas nacionais e internacionais dessas infraestruturas. Órgãos parceiros e instituições acadêmicas também participam, proporcionando a integração de atores para aumentar a resiliência cibernética do Brasil.

Durante o Exercício, realizado ao mesmo tempo em Brasília e São Paulo, serão apresentados cerca de 1.100 Problemas Cibernéticos Simulados, separados por níveis de complexidade. Neste caso, os participantes atuam de modo integrado e cooperativo, defendendo uma rede por meio de um simulador cibernético. Por conseguinte, o simulador sofrerá ataques online.

Gabinete de Crise

Um diferencial desta edição é a criação de um Gabinete de Crise, representado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República e outros órgãos públicos e privados. O objetivo é treinar respostas do Estado Brasileiro a situações que ultrapassem as competências de um único ministério.

O Secretário de Acompanhamento e Gestão de Assuntos Estratégicos do GSI, Contra-Almirante Francisco André Barros Conde, explicou: “Este é um trabalho interministerial para que o Estado consiga responder rapidamente a uma possível crise”.

O Contra-Almirante Marco Antônio Linhares Soares, Chefe do Centro de Gestão Estratégica do ComDCiber, destacou que, paralelamente ao evento nacional, acontece o Fórum Ibero-Americano de Defesa Cibernética, reunindo 13 países. “Isso ocorre para que esses países possam replicar as atividades em seus setores de Defesa”, disse.

Segundo o Almirante, a Marinha do Brasil tem investido na preparação de seu pessoal em cursos de Defesa Cibernética. Isso aumenta sua capacidade de proteger ativos marítimos e instalações digitais.

Ameaças ao Brasil

Na apresentação inicial do Exercício, na ESD, a guerra cibernética foi apontada como uma real ameaça ao Brasil, portanto. Outras ameaças são espionagem, interferência externa, ataques à soberania, terrorismo, sabotagem e crime organizado.

O General Alan Denilson Lima Costa, Comandante de Defesa Cibernética, adiantou que, além disso, o exercício terá dinâmicas como a “simulação construtiva”. Nela, organizações de infraestruturas críticas participam com gabinetes de crise, buscando responder a problemas simulados.

Outra atividade é a simulação virtual, onde os participantes devem defender infraestruturas de ataques de um time vermelho da organização. “Teremos um simulador de um sistema de defesa aérea. O time azul deverá defendê-lo”, disse o General.

Fonte: Agência Marinha de Notícias

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