Como a biometria facilita a vida do cidadão?

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Do embarque em aeroportos à utilização de serviços online, tema é abordado para mostrar os impactos positivos dessa tecnologia no governo e na sociedade durante congresso.


O gerente de Negócio do Serpro, Henrique Mattiello, apresentou a experiência do Serpro com o uso de tecnologias de identificação, em especial a biometria, durante painel da Futurecom realizado no último dia 19. A empresa integra a programação do congresso e está presente com um estande na área de exposições do evento.

Depois de fazer uma breve apresentação da empresa e de seus principais serviços de governo, Mattiello contextualizou o recente movimento do Serpro de aproximação com o mercado privado com a oferta de produtos que buscam facilitar a integração da sociedade e do governo por meio de soluções digitais. “Sempre quando falamos de integrar com a sociedade, a gente não pode pensar apenas no cidadão, na pessoa física. É claro que o cidadão é o nosso principal mote, mas começamos a perceber que, para promover a melhoria no ambiente de negócios do Brasil, a nossa contribuição é fazer com que essas integrações cheguem também às empresas”, explicou, acrescentando que alguns desses novos produtos de informação e análise ofertados são justamente aqueles que fazem uso da biometria para combater a fraude de identidade, como o Datavalid e o Biovalid.

Exemplos de uso

Mas como a biometria é usada no setor público? Mattiello, como representante da maior estatal de TI do país apresentou alguns exemplos. O primeiro é a abertura de empresas na Junta Comercial do Rio de Janeiro, que agora pode ser feita com a identificação biométrica. Isso, entre outros investimentos de transformação digital no órgão, ajudou a acelerar um processo que antes levava dias e agora é concluído em algumas horas.

Outro case abordado pelo gerente do Serpro foi o Embarque Mais Seguro, uma iniciativa que surgiu no Ministério da Infraestrutura junto com a ANAC a fim de dar uma resposta à seguinte demanda: como entregar uma experiência melhor nos aeroportos brasileiros e também uma experiência muito mais segura?

“Hoje qual o que está acontecendo na ponte aérea Rio – São Paulo? Quando você faz o check-in, sua biometria é coletada e, a partir desse momento, você não tem mais nenhuma interação com nenhuma pessoa no aeroporto. O seu rosto é o seu acesso à sala segura, seu rosto é o seu cartão de embarque e também o seu acesso à aeronave. E, além da facilidade, isso traz mais segurança para todos que utilizam o transporte aéreo, pois evita o embarque de pessoas que não foram devidamente identificadas nos aeroportos”, apontou.

“Quando você faz o check-in, sua biometria é coletada e, a partir desse momento, você não tem mais nenhuma interação com nenhuma pessoa no aeroporto […] seu rosto é seu cartão de embarque”

Um terceiro exemplo apresentado na ocasião foi o Gov.br, a plataforma digital de relacionamento do cidadão com o governo federal brasileiro que reúne, em um só lugar, atendimentos de mais de 200 órgãos governamentais. A solução busca unificar os canais digitais do governo e apresentar as informações de todos os órgãos públicos em só local. No total, são oferecidos 4.811 serviços à sociedade, trazendo mais agilidade no atendimento ao cidadão e a eliminação de filas em repartições públicas de todo o país.

“A biometria é uma das etapas necessárias para identificação e login no Gov.br: conforme seu selo de confiabilidade, maior é a quantidade de serviços digitais que você pode usufruir. Todos começam com o selo ‘bronze’ e podem ir para ‘prata’ ou ‘ouro’, sendo que a biometria é uma das etapas necessárias pra esse aumento do nível de confiança. A ideia é utilizar a tecnologia para melhorar a experiência e aumentar a segurança da plataforma”, detalhou.

Deepfake e Big Brother

Uma das perguntas mais feitas pela plateia foi relacionada ao tema deepfake, uma técnica de uso da inteligência artificial para síntese de imagens ou sons humanos capaz de criar vídeos falsos, mas realistas, com pessoas fazendo coisas que nunca fizeram na verdade. De acordo com o gerente do Serpro, essa novidade traz uma necessidade de evolução acelerada nos controles de reconhecimento. “Estamos vendo uma mudança muito grande na forma como é feita a prova de vida no nos aplicativos. Agora a tecnologia não coleta apenas a face, mas observa a íris e verifica os micro movimentos do rosto, que efetivamente provam que aquela pessoa realmente existe ou se há alguma máscara aplicada. De fato, a biometria está evoluindo porque os fraudadores infelizmente estão sempre evoluindo também”, comentou o representante do Serpro.

Ao discutir recentes casos em que o reconhecimento facial foi banido de algumas cidades por desconfiança da comunidade ou até mesmo vieses racistas do processo de identificação, Mattiello abordou a questão do contexto, ou seja, do porquê a tecnologia está sendo utilizada. “Nós não podemos usar a biometria como se fosse o nosso Big Brother. O cidadão tem que saber por que sua biometria está sendo coletada, como ela está sendo utilizada e onde está sendo armazenada. Ela não deve ser usada pra tudo. Quando o cidadão tem a informação clara e entende a utilidade, a tecnologia se torna mais aceita”, completou o gerente.

O evento

Henrique Mattiello participou do painel “Biometria: pagamento com rosto e voz já são realidade”, ao lado de Fernanda Beato Beato, diretora da área de Vendas e Clientes da Único, e Pedro Moreno, gerente executivo de Projetos da Serasa Experian.

O Futurecom é considerado a maior plataforma de conteúdo e relacionamento sobre o universo de conectividade do país. Há mais de 20 anos, os principais nomes de Telco, Inovação e Transformação Digital reúnem-se neste congresso para debater o futuro da conectividade e dos negócios.

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